"Sempre defendi que a diversidade da oferta entre o ensino público e o privado é salutar"

Afirma o Prof. Doutor Eduardo Vítor Rodrigues

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O ISLA Gaia é "uma das mais prestigiadas e reconhecidas instituições de ensino do concelho", considera o Presidente da Câmara de Gaia, Prof. Doutor Eduardo Vítor Rodrigues, em entrevista concedida à "NL – ISLA/IPGT".

O edil elogia o trabalho que ao longo de mais de um quarto de século tem sido desempenhado por esta instituição de ensino superior, reconhecendo que o ISLA-IPGT é "uma referência não só para o concelho, mas também para a própria Região Norte no que concerne à formação nas áreas económicas, também elas alvo de crescente importância nas últimas décadas".

Eduardo Vítor Rodrigues releva a importância de uma cooperação virtuosa entre as instituições de ensino e formação e o tecido empresarial, afirmando que "num concelho tão marcado pelo desemprego nos últimos anos, é fundamental rentabilizar ao máximo este potencial de ensino e formação, utilizando-o para formar pessoas mais preparadas para os setores em que o emprego cresce ou renasce e, também, para a cada vez mais decisiva aprendizagem ao longo da vida."

Na entrevista que aqui publicamos, fica bem claro o pensamento do líder da Câmara de Gaia, e que muito nos honra por inaugurar este novo espaço de comunicação do ISLA-IPGT de Gaia.

P - O Município de Gaia é particularmente fértil em escolas de excelência nacional nos diversos níveis de ensino e formação. Enquanto Presidente da Câmara Municipal, e também na sua condição de Professor Universitário, como avalia este potencial do Concelho de Gaia?

R - Vila Nova de Gaia tem, de facto, uma forte tradição e dinâmica das instituições de ensino, não só no setor público mas também no setor privado. Pode orgulhar-se de uma assinalável diversidade, bem como de uma oferta formativa alargada. Desde o Piaget, mais ligado à educação, até ao ISLA, nas atividades económicas, passando pela Escola Profissional do Infante ou pela Escola Profissional de Gaia, na área do ensino profissional, ou ainda pela Escola Superior de Tecnologias de Saúde e pelo ISPGaya... A oferta é grande e a qualidade inegável. E é, precisamente, esta diversidade, e o valor que em si encerra, que baseia e fortalece o conceito de "Gaia Cidade Educadora”.

P - É do domínio público que o Professor Doutor Eduardo Vítor Rodrigues não faz distinção entre ensino público, privado ou cooperativo, afirmando recorrentemente que o importante é a qualidade que as referidas instituições devem assegurar ao serviço do interesse público. Está satisfeito com o desempenho que os diversos estabelecimentos de ensino com sede em Gaia vêm demonstrando? O que gostaria de ver alterado ou melhorado neste sector?

R - Sempre defendi que a diversidade da oferta entre o público e o privado é salutar, ajudando a alargar a oferta e, assim, beneficiando todos. Não acho pertinente que se debata a exclusão do ensino privado por razões meramente ideológicas, porque o ensino privado já provou que é capaz das melhores coisas. Em Vila Nova de Gaia temos acarinhado e tentado ajudar todas as instituições de ensino, quer no âmbito da escolaridade obrigatória, quer de ensino mais profissionalizado ou até de ensino superior. Agora, é inegável que nos últimos anos assistimos a um depauperamento da escola pública por parte do Estado central, o que, obviamente tem afetado o desempenho das escolas. É fundamental voltar a investir no ensino público, no pessoal docente e auxiliar, nas condições físicas para os alunos que o frequentam. Esse é, francamente, o meu maior desejo para este setor.

"Não me escandaliza que os impostos dos cidadãos sirvam para uma escola de qualidade. (...) O ensino público tem o seu espaço e o ensino privado também."

P - O ISLA Gaia está nesta cidade desde a sua abertura na Região Norte, há mais de um quarto de século. Nesta instituição foram já licenciados vários milhares de cidadãos, sendo muitas centenas residentes no Concelho de Gaia. Do que é do seu conhecimento, que avaliação faz do papel desempenhado por esta instituição?

R - O ISLA Gaia instalou-se e implementou-se em Vila Nova de Gaia, tornando-se uma das mais prestigiadas e reconhecidas instituições de ensino do concelho. Tem, por isso, desempenhado um importante papel na formação de milhares de gaienses, e não só, e na sua preparação para o mercado de trabalho. É, sem dúvida, uma referência não só para o concelho, mas também para a própria Região Norte no que concerne à formação nas áreas económicas, também elas alvo de crescente importância nas últimas décadas.

P - Tem defendido publicamente que o ensino privado, nos seus diversos níveis, pode e deve ser co-financiado pelo Estado, mediante regras claras e inequívocas. Que vantagens vê nesta opção de políticas públicas, e que papel poderão ter os fundos estruturais europeus (“Portugal 2020”) como fontes financiadoras?

R - Quando o setor privado oferece o que o ensino público não tem, está a cumprir em pleno a necessidade da sua existência. Por isso, não me escandaliza que os impostos dos cidadãos sirvam para uma escola de qualidade que quando não tem oferta pública é complementada pela oferta privada. O ensino público tem o seu espaço e o ensino privado também. Há uma área de intervenção em que o ensino público tem a sua relevância, até pelo principio da universalidade que consagra, mas isso não exclui a disponibilidade que temos de ter para acolher instituições do ensino privado. Neste sentido, concordo que deve haver regras inequívocas e transparentes de financiamento do ensino privado pelo Estado, assim como antevejo que o Portugal 2020 – infelizmente muito atrasado – terá um papel preponderante na melhoria das condições de ensino em Portugal.

P - Que importância atribui às parcerias que o tecido económico e empresarial do Concelho de Gaia e as instituições de ensino podem desenvolver? É favorável à criação de redes de complementaridade entre estes dois sectores?

R - Num concelho tão marcado pelo desemprego nos últimos anos, é fundamental rentabilizar ao máximo este potencial de ensino e formação, utilizando-o para formar pessoas mais preparadas para os setores em que o emprego cresce ou renasce e, também, para a cada vez mais decisiva aprendizagem ao longo da vida.  É, igualmente, crucial que existam essas parcerias entre o tecido empresarial e as instituições de ensino, por forma a que a mão de obra se adeqúe à oferta de emprego existente no concelho. Precisamos de capacitar os gaienses para a realidade do mundo do trabalho – não são raras as vezes em que existe oferta, mas não trabalhadores qualificados. Por isso, o trabalho em rede é determinante para desagravar a elevada taxa desemprego que se tem registado em Gaia.


Entrevista de Manuel Pinto Teixeira

Foto cedida pela Presidência da CMG

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