“Conseguimos formar jovens talentos que se afirmam no contexto externo sem medo”

Afirma Prof. António Tavares

“As políticas públicas de ensino e formação são decisivas para a competitividade do país. Constato que a frequente saída de jovens para o estrangeiro pode e deve ser vista como um sinal positivo. Conseguimos formar jovens talentos que se afirmam no contexto externo sem medo”

afirma, em entrevista à NL do ISLA, o Prof. Doutor António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto.

António Tavares relembra que “o ensino superior privado, previsto na Constituição da República, possibilita dotar o país de uma situação plural de abordagem do conhecimento”.

E, neste sentido, elogia o trabalho desenvolvido nas escolas do ISLA, afirmando que o ISLA Gaia - IPGT é um excelente exemplo dessa capacidade plural de integração de ensino. Prepara os seus alunos para uma sociedade complexa onde, todos os dias, temos de estudar cada vez mais. Acredita na necessidade de preparar estudantes para um mundo globalizado e uma sociedade em rede.”

P – O professor António Tavares foi recentemente reeleito para um novo mandato como Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto. Quais as prioridades programáticas que pretende concretizar neste novo ciclo da SCMP?

R – Como tive oportunidade de referir na minha tomada de posse a minha primeira prioridade será afirmar a SCMP como uma grande organização da economia social no apoio diário e constante aos mais desfavorecidos da nossa sociedade. Para tal queremos apostar na inovação social fazendo diferente. Como? Com trabalho e num combate constante à pobreza, a verdadeira causa do atraso das sociedades.

P – É sabido o peso social, patrimonial, económico e cultural da SCMP. Sente que a grandiosidade e expressão desta instituição é reconhecida como deve pelos poderes públicos locais e nacionais? Que relacionamento tem com o actual Executivo Municipal e com o Governo da República?

R – Desde logo um relacionamento institucional onde o poder, quer o municipal quer o central, reconhece à SCMP o seu papel na sociedade. Somos uma instituição com quase 518 anos de vida. Ou seja cinco séculos mais a idade de maioridade. Por isso temos um quadro assumido de presença e complementaridade junto quer do Executivo Municipal quer junto do Governo da República.

P - A Misericórdia do Porto tem na sua gestão várias unidades hospitalares, nomeadamente uma em Vila Nova de Gaia, que é o Centro de Reabilitação do Norte. Que balanço faz desta nova missão?

R – É o balanço próprio de quem está habituado a inovar há mais de cinco séculos. A área da reabilitação não é nova para nós. Estamos num domínio onde sabemos que temos competência e capacidades para fazer bem, e de preferência mais económico para o cidadão. A qualidade do serviço e o preço são, para nós, decisivos na criação de valor para a sociedade de conforto e bem-estar para o cidadão.

“O Estado Social deve olhar para a economia social como um aliado no combate ao desperdício da gestão”

P – A economia social, também designada por economia do terceiro sector, tem vindo a ganhar peso nomeadamente no nosso país, muito por força dos efeitos da crise. Na sua opinião, o que falta fazer para que este sector de actividade económica assuma o estatuto e o reconhecimento que socialmente lhe deve ser reconhecido?

R – Desde logo maior capacidade de financiamento que ajude a assegurar a sua auto- sustentabilidade e independência. O Estado Social deve olhar para a economia social como um aliado no combate ao desperdício da gestão e na implementação de políticas amigas do cidadão mais desfavorecido.

P – Virando um pouco a página, e sabendo que o professor António Tavares, para além das várias funções de gestão que exerce, é também um académico, pode dar-nos a sua opinião sobre o percurso das políticas públicas de ensino e formação que o poder político tem seguido nos últimos anos? Está Portugal no caminho certo?

R – Penso que se tem feito um grande esforço. As políticas públicas de ensino e formação são decisivas para a competitividade do país. Constato que a frequente saída de jovens para o estrangeiro pode e deve ser vista como um sinal positivo. Conseguimos formar jovens talentos que se afirmam no contexto externo sem medo. Isso é o resultado do grande esforço que o país tem feito para se afirmar. Nesse sentido quer o ensino superior público quer o privado dão um contributo fundamental.

P - Do seu conhecimento e experiência, pessoal e profissional, que importância atribui ao ensino superior privado em geral, e ao ISLA – IPGT em particular?

R - Na minha opinião o ensino superior privado, previsto na Constituição da República, possibilita dotar o país de uma situação plural de abordagem do conhecimento. Afirma a Universidade em toda a sua dimensão, possibilitando a todos os jovens o acesso à sua multiplicidade de desenvolvimento científico. O ISLA -IPGT é um excelente exemplo dessa capacidade plural de integração de ensino. Prepara os seus alunos para uma sociedade complexa onde, todos os dias, temos de estudar cada vez mais. Acredita na necessidade de preparar estudantes para um mundo globalizado e uma sociedade em rede. Acredita que os seus alunos estarão cada vez melhor preparados para enfrentar as multiplicidades culturais da sociedade e se prepararem para uma maior curiosidade científica. Numa palavra: saberem juntar talentos, tecnologias e tolerância as quais serão as linhas de tendência da sociedade do século XXI.

Entrevista de Manuel Pinto Teixeira
Foto de Arquivo

Quem é António Tavares?

Académico, Investigador, Político Social e Homem Gestor

António Manuel Lopes Tavares é licenciado em Direito, doutorado em Ciência Política, Cidadania e Relações Internacionais, professor universitário, investigador e auditor de defesa nacional. A sua tese de doutoramento, publicada pela Almedina, foi sobre “A Coabitação Política em Portugal na Vigência da Constituição de 1976”, com prefácio do professor Paulo Rangel.

Entre 1985 e 1991 foi deputado pelo PSD à Assembleia da República, onde integrou as comissões parlamentares de defesa nacional, juventude, economia, finanças e plano, tendo ainda representado Portugal na Assembleia Parlamentar da União da Europa Ocidental.

Tem desempenhado vários cargos de responsabilidade pública, como membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social, presidente do TecParques de Ciência e Tecnologia, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação de Auditores da Defesa Nacional, presidente do Clube Via Norte, membro da Comissão de Revisão do Conceito Estratégico Nacional, e administrador em várias empresas privadas.

Nos últimos anos tem-se dedicado de forma particularmente intensa à economia social, nomeadamente como Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, instituição que modernizou e dinamizou em todas as áreas da sua intervenção, com particular relevo na saúde hospitalar, na formação e ensino, e na assistência social.

Tem sido agraciado com diversos prémios, condecorações e homenagens, relevando, em 1982, o Prémio Adelino Amaro da Costa com o tema “Partidos políticos e administração autárquica”. É casado e pai de três filhos.

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