ISLA: NOVOS HORIZONTES COM NOVAS INSTALAÇÕES - Arq. Acácio Amorim fala do seu desenho de interiores

 

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Acabado de celebrar 30 anos de vida em Vila Nova de Gaia, o ISLA-Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia (ISLA-IPGT) reforça o seu compromisso com o futuro ao abrir, no início deste ano civil, as portas das novas instalações, num edifício moderno e que reúne as melhores condições para a manutenção dos níveis de qualidade que se exige a uma instituição de ensino superior atual, e que potencia um novo plano estratégico de crescimento e desenvolvimento.

A mudança não demonstrou ser tarefa fácil, como explica o Arquiteto e Docente Acácio Amorim, autor do projeto de adaptação interior do edifício Bela Vista / One Gaia, à Rua Diogo Macedo, a dois passos do Jardim Soares dos Reis, e lado a lado com o Conservatório de Música.

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P - Acácio Amorim tem uma relação especial com o ISLA-IPGT, já que é docente desta instituição há mais de uma década. Foi essa conexão com a própria história da casa que o levou a abraçar o projeto das novas instalações?

R - Eu sou professor nesta instituição há mais de 11 anos. Vi o ISLA-IPGT crescer e eu próprio cresci com o Instituto. Ajudar neste desafio foi para mim uma oportunidade de dar um pouco mais a uma casa que a todos recebe bem, e sinto-me honrado por ter contribuído para mais uma página dourada da instituição.

P - A própria vontade de apostar em novas instalações já encerrava uma história?

R - Tanto quanto sei, a ideia de projetarmos novas instalações surgiu já no final do século passado, cerca de uma década após a abertura do ISLA em Gaia. A instituição crescia a bom ritmo, nessa altura já era claro para a administração que as instalações poderiam esgotar em poucos anos a capacidade física exigida para a qualidade dos cursos que oferecíamos. Iniciou-se então a procura de edifícios com oferecessem soluções que permitissem uma evolução de futuro, mas com uma condição fundamental: manter a proximidade da Av. da República.

P - A vontade de manter o ISLA-IPGT junto dessa importante artéria de Vila Nova de Gaia prendia-se sobretudo com as facilidades de acesso?

R - Sem dúvida. A Avenida da República é provavelmente o eixo viário em Vila Nova de Gaia mais bem apetrechado de transportes, onde se inclui o metro do Porto, a rede de autocarros e a proximidade com a estação de caminho de ferros das Devesas. Essa condição, na altura, apresentava-se como fundamental para atrair estudantes de fora do concelho. Mas a especulação imobiliária da zona obrigou, então, a adiar o projeto.

P - Quando e por que razão é que surgiu novamente a ideia de nova casa?

R - O projeto manteve-se sempre em estudo, mas o que acelerou o rumo dos acontecimentos foi a mudança de dono das instalações “de Cabo Borges”, tendo o novo proprietário informado que todo o complexo iria ser convertido em hotel, pelo que, nos termos do contrato, nos foi dado um período de dois anos para sair, prazo que terminou exatamente no último dia de fevereiro.

P - A escolha recaiu num edifício vistoso, que pontua a paisagem da cidade de Vila Nova de Gaia, mas a umas centenas de metros da Avenida da República…

R - Sim, mas relativamente perto dela. Este era o único edifício com as dimensões que precisávamos para podermos crescer sem constrangimentos futuros.

“Queremos que os estudantes e a sociedade civil sintam o pulsar da academia, e a vantagem das sinergias em porta aberta”.

 

P - Encontraram este edifício na rua Diogo Macedo, próximo da estação do metro do El Corte Inglês, a poucos minutos da estação de comboios das Devesas e da A44. Foi “amor à primeira vista”?

R – A equipa do projeto, liderada pelo nosso colega, o Professor Manuel Pinto Teixeira, a convite da administração, foi muito feliz na escolha. O Edifício Bela Vista / One Gaia é uma referência na cidade, e por isso, depois de serem equacionadas outras alternativas, impôs-se pela sua imponência e beleza. Foi a escolha certa, no momento certo.

P – Foi difícil a adaptação dos espaços?

R – Este edifício já existe há uns 15 anos, e foi originalmente concebido para ser uma galeria comercial, o que acabou por se revelar ser uma mais valia. Isto porque, quando concebemos umas instalações de ensino, idealizamo-las como sendo espaços fechados, apenas de utilização interna para estudantes, professores e funcionários. Com estas instalações, idealizamos um conceito diferente. Pensamos na importância de abrir o ISLA-IPGT à comunidade. Queremos que os estudantes e a sociedade civil sintam o pulsar da academia e a vantagem das sinergias em porta aberta. Por isso, o desenho interior foi pensado para que os entes públicos, os cidadãos e as empresas sintam a vida da nossa instituição, e ao mesmo tempo possam usufruir das nossas valências, como a biblioteca, o auditório, os laboratórios, as salas de aulas, o restaurante e a galeria, utilizando estes espaços também para a realização de exposições, debates, congressos e formações empresariais, por exemplo. Por essa razão as novas instalações têm duas portas de acesso, para que aqueles que nos visitam possam ter uma panorâmica abrangente do trabalho que desenvolvemos.

P- Portanto, o máximo de sinergias com o meio envolvente?

R – Isso mesmo. Incluir a Câmara Municipal e outros entes públicos, os demais estabelecimentos de ensino nossos vizinhos, e os principais agentes económicos da região, com o objetivo de fornecer serviços de excelência a todos os que nos procurem para a realização dos seus eventos, atingindo os seus objetivos, e ao mesmo tempo também aproveitar para divulgar a marca ISLA-IPGT junto desses mesmos agentes.

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P - Quando falamos da escolha de instalações para uma instituição de ensino superior, falamos de características muito específicas. Quais os atributos que pautam um projeto desde género, seja ao nível da estrutura física, seja inclusivamente ao nível tecnológico?

R – Como disse anteriormente, foi um processo diferente do que é normal neste tipo de projetos. O que é normal é realizar instalações completamente fechadas. No nosso projeto optou-se por um edifício com uma ampla estrutura de vidro, que permitisse uma abertura para a cidade, para o público comum poder entrar, conhecer as valências e dinâmica da instituição. No que diz respeito, em concreto, às instalações, modificamos todas as salas ao nosso dispor para que o espaço fosse o ideal para a atividade letiva e investigadora, dotando as salas com a tecnologia necessária, aproveitando muitos dos equipamentos das antigas instalações, mas preparando as salas para futuros investimentos em tecnologia mais atual ou de futuro.

P – Acredito que não terá sido fácil montar uma rede que permitisse uma conexão de todo o espaço, salas e laboratórios, sobretudo num período em que o ensino à distância se tornou no “novo normal”.

R – Aproveitamos a experiência da “prata da casa”. É verdade que vivemos um período de grande exigência tecnológica. Foi desafiante montar todo o sistema informático, dotar todos os laboratórios para a exigência de uma comunicação online, sobretudo sem falhas. Houve alguma dificuldade porque o edifício, inicialmente, não estava preparado para esta tipologia de salas. Estamos a falar em muitos quilómetros de cabos interligados, com inúmeros bastidores espalhados pelas instalações. As salas foram adaptadas com o material que já existia, mas, como disse, também com o objetivo de as preparar para, no futuro, introduzir nova tecnologia como, por exemplo, quadros interativos vocacionados tanto para as aulas presenciais como para o ensino online, um fenómeno que veio para ficar.

P – O projeto desta envergadura terá levado, como é natural, ao desenvolvimento de um orçamento de enorme complexidade e controlo. Qual foi o orçamento previsto para a mudança de instalações?

R – Essa matéria não foi, naturalmente, da minha competência, ainda que eu tenha, no âmbito das minhas responsabilidades de projetista, uma grande intervenção na tomada de decisão da equipa de projeto e da administração, no que respeita aos custos da obra. Mas sei que não houve desvios orçamentais, nem de calendário, e no fim todos ficaram satisfeitos com os resultados obtidos. O empreiteiro selecionado foi incansável, e merece aqui também um elogio público. Ele é parte integrante do nosso sucesso, e deixou uma assinalável marca nesta obra.

P – Casa nova, desafios renovados. E agora?

R – Agora sei que vai ser posto em marcha o grande objetivo do ISLA-IPGT, que é, segundo a Direção Académica, o de aumentar a oferta formativa e internacionalizar a nossa marca, sobretudo junto da comunidade de países de língua portuguesa, ou seja, atrair estudantes do mundo lusófono. Paralelamente, e como já referi, queremos fazer destas instalações um polo atrativo para a realização de congressos e seminários, beneficiando das boas acessibilidades, da oferta hoteleira ao “lado da porta” e do ecletismo das próprias instalações, a começar pelo auditório, que tem a mais recente tecnologia de ponta, focada na realização destes tipos de eventos, para além de um restaurante de grande qualidade e muito acessível, e ainda parque de estacionamento coberto.

Entrevista de Artur Filipe dos Santos

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